outubro 20, 2008
dois textos diferentes
Desta vez, e depois de algum tempo, dois textos muito diferentes do normal,
sem sequer saber como os classificar, talvez uma espécie de critica ou algo do género, enfim decididamente diferentes e com exageradas mensagens "escondidas". Deixo a interpretação á vontade de cada um ....
Pequena Cidade
eu tive um pesadelo
vivia numa pequena cidade
onde pequenos sonhos eram destroçados
palavras eram faladas e ditas
nunca ouvidas e jamais escutadas
as pequenas pessoas tinham muito pouco a dizer
contar e nem mais viver
o tempo tinha sido encurtado
pois nada era mais importante
mais que um livro numa estante
era um mundo no esgoto
e sem esforço
se deixavam morrer
as pessoas não tinham rosto
nem sentimentos
e sem pensamentos
sem existirem nunca o seriam
o vento era imóvel
a agua parada
e o instável tempo vivia fugindo de sua estrada
as crianças não existiam
os animais não sorriam
apenas em imaginação viviam
os seres não amavam
os seres não choravam
nem o rebelde se revoltava
e nem mais o padre pregava
quanto mais a velha o escutava
um dia a chova começou...
o vento soprou
e o tempo se mostrou
nem metáfora sobrou
pensamento nao pensou
coração de entregou
a pequena pessoa se elevou
chorou gritou
e nem sentimento se escusou
a dizer sentir viver e algum dia morrer
a cidade já não é pequena mas pequenas pessoas sempre
existiram
no fim do mundo estarão espalhadas ate ao meio do chão
pois dai não sairão
estatura não falta
mas alma não lhes pertence
alugada esta ...e assim permanecera
- este primeiro talvez o mais normal dos dois
Jogo de computador
todas estas visões na minha cabeça
algumas vivas ou outras mortas
mas nada disso faz diferença
quando estão na minha cabeça
deixo a porta aberta
para as ver quando atacam
umas são brancas outras pretas
mas nada disso faz diferença
quando são a minha sombra
mantenho a arma carregada
a mente acelerada
e o coração pronto a disparar
o dia vai morrendo
e eu não desaparecendo
continuo a disparar
pois nem o dia me vai acabar
com a vontade de sobreviver
a demência me ocupa
sem que a dormência me entorpeça
e a pontaria certeira não desapareça
continuo a alvejar de forma a aniquilar
agora que o dia se encerra
me deito de olhos bem abertos
e assim não adormeço
pois nem o dia me vai matar
nem a minha mente de desligar ate
esta visão me conquistar e a loucura
me alcançar ....
agora que a manha nasce
depois de os aniquilar ...
minha arma vou suicidar
pois sem propósito para disparar
corpos ela não vai amar ...
e assim ...
fecho os olhos parar dormir vendo minha alma em sangue partir
- este segundo, com um titulo aparentemente nada ligado ao texto, mas muito ligado...
se alguém quiser explicações ... não sei se serei capaz de as dar ...
nota: imagem de mataleone no blog mataleonebr.blogspot.com , uma imagem que nos mostra uma metáfora fantastica.
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