julho 28, 2009


hoje vi uma foto em movimento
como um sonho dormente
como uma imagem pouco transparente
como um rio em ténue corrente

vi minha mãe comigo em seu ventre
sem saber que morte carregava

porque alguns
nascem para realmente morrer ....

como se o vale da morte me abraça-se
abandono me trespassa
desprezo me asfixia
o teu amor me dilacera

negação da verdade
morte traída da única madre

como se mascara de teu ser se apoderara
e o mínimo calor tapara
de mim nem sombra ...
apenas triste e lenta negação
como quem vê e se quer cego
como um caixão e um prego
como vida a flutuar tentando encontrar o que vive a negar

cansaço que vence o velho cavaleiro
sem armadura de espada partida teima em lutar
ate que a morte o tende desvirtuar
morte veneno de sua amada .... não espada
porque essa bradava apenas para a alcançar...

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