maio 19, 2008

caminhando por esta cidade


caminhando por esta cidade
iluminada pela luz de um sol
que se funde e desaparece
por entre clérigos, ruelas,
rostos mais que fachadas...
desapareço escondo-me e renasço
penso, sonho, durmo e repenso...
num futuro não distante
mas talvez
errante
por entre caminhos de negrura
mas que com a tua ternura
exijo vencer

penso, sonho, não durmo e repenso
no tempo que me segue,
na voz
da loucura
que me persegue
e na tua voz
que me segreda
mais ao coração
que ao ouvido
que consigo mover o sol
e desafiar a razão
de que sem imaginação
me empurra para este chão...

por fim...

não me deixas ficar em solidão...
levantas-me,
ergues-me
e mostras-me a visão
de que a minha imaginação
só distancia da realidade
através da minha acção...

olho então
em sentido contrario ao do chão
e aponto ao céu
que me deu
a razão de tal determinação...
vontade de não viver sem aqui perto te ter...


um texto que começou como uma sms, diga-se uma muito
longa sms (6 sms's para ser preciso) e que é dedicado a que a recebeu...

incrivelmente foi escrito enquanto caminhava na baixa da melhor cidade de mundo, é claro, o porto

há... ia-me esquecendo, enquanto escrevia este texto havia uma musica que não me saia da cabeça: execute the sound by P.O.D.

edit: imagem adicionada posteriormente

maio 18, 2008

Por vezes



por vezes

por vezes
gostava que tudo não passasse de uma simples ilusão
onde encalhei o meu coração
gostava que tudo dependesse de mim ...
como a minha vontade não tem fim ...
tudo seria simples e complexo
apenas para que o espelho, deste mundo, convexo
não mostrasse o desprezo
que sinto
por seres de que este mundo esta obeso

por vezes pergunto qual a sensação
de ser surpreso
por infames momentos a que me habituei
e a humanos que desprezo

por vezes apenas desejo
ser um animal
para escapar a esta destruição sem igual
em que a vida racional
me levou e me afundou
nesta alienação mental
de proporção descomunal
e tristeza sem igual ...

por vezes apenas gostava de ....
simplesmente não ser ...

Farto


farto

estou farto
não aguento mais
esta vida de equações
com indeterminadas variáveis instáveis
sim sentido nem resolução alcançáveis

estou farto deste mundo em que tudo
parecem pregadas partidas infindáveis
ou nada mais que encruzilhadas incontáveis

nada mais encontro
a não ser o desencontro
entre mim
e este mundo sem fim ...

nada mais entendo
a não ser a razão
porque não me rendo
a este compêndio
de ilusões
obstruções
lendas
tragédias
contendas
e corações

nada mais percebo
nem descubro a hora em que erro
e assim continuo este desespero
durante este tempo efémero
de alma vendida
e coração entregue




ps: ... percebes-me agora ...